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‘Tocar na noite é um aprendizado fora do comum’, diz o mestre Ageu

Na noite de 1º/5, domingo, Ademar Figueiredo, da coluna Arte & Cultura, prestigiou o Baile da Melhor Idade, no Império Centro de Eventos, com o objetivo de conhecer um pouco mais do músico Ageu Quintiliano (foto). Mais de 40 anos "de estrada", craque da sanfona, ele tem como referência Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Sivuca e Nando Cordel, entre outros.

“Ageu Quintiliano – Mestre Ageu: assim chamado por muitos em respeito ao seu conhecimento musical. Ele é o Dominguinhos de Ponte Nova. Excepcional sanfoneiro! Num baile de forró, Mestre Ageu dá conta do recado sozinho, seja na sanfona ou no teclado.

Grande parceiro do Baile da Melhor Idade, Ageu é presença indispensável! O baile tem dois momentos: o momento do forró universitário das músicas atuais e o outro momento do forró pé-de-serra, da guarânia, do samba-canção, do bolero, do rock dos anos 60, momento clássico! E esse é comandado pelo Mestre Ageu”, resumiu Adair Liberato, parceira do marido, Silmar Borges, na organização do baile.

Ageu falou um pouco sobre sua caminhada: “Nasci em São Paulo, e aos 9 anos minha família veio para Ponte Nova. Eu entrei na Banda Sete de Setembro, onde aprendi a tocar clarinete, pistom, trombone e saxofone. A migração para o instrumento de teclas veio através da minha família, que era evangélica, e eu comecei a tocar acordeom na igreja. O acordeom veio de forma meio que autodidata, porque eu já fui matando a charada, pois tocava um pouquinho

de violão, lá pelos 17 anos. Então, os acordes que eu sabia do violão eu ia transcrevendo para a sanfona. Fui apertando os botões e associando ao que eu já sabia. Também sabia ler música e fui passando esta leitura dos hinos para o acordeom.

O interessante é que a digitação do instrumento, a dinâmica, eu criei a minha própria digitação. Às vezes, eu fazia uma digitação e via que ela estava errada. Aí fazia de uma outra forma para poder a nota sair certa.”

O tempo foi passando e os desafios começaram. “Nada acontece por acaso. Naquela época, eu ainda muito novo, o trombonista pontenovense chamado Nativo foi meu pé de coelho: ele me chamou para tocar no Carnaval em Raul Soares. Lá fui eu tocar na Banda Top Seis. O pessoal gostou  muito de mim, aconteceu algo meio transcendental… Foi uma interação total, porque já nos ensaios eu entrava com o saxofone. Nativo  elogiou muito o meu talento com o pessoal e sugeriu que eles me dessem uma oportunidade. ATop Seis foi a minha primeira oportunidade como músico. Naquela época, o tecladista Betinho, efetivo do conjunto, recebeu convite para voltar para BH e me indicou para assumir os teclados. Aí eu parti com tudo, fazendo arranjos e tudo mais. Foi um aprendizado muito grande, pois fiquei no conjunto por 10 anos. Aí veio a época da discoteca, que praticamente acabou com os conjuntos. Fui então tocar nas boates. Deus olhou por mim, e acabou pintando oportunidade de tocar em Governador Valadares com meu amigo Luiz

Maurílio, que por coincidência é de Raul Soares. Fiquei por ali (Valadares, Ipatinga, TeófiloOtoni) tocando em boates poruns 7 a 8 anos. Foi um aprendizado que você nem imagina, porque em boate você tem que tocar de tudo, de ‘Fuscão Preto’ a ‘New York, New York’, e, se você não souber, aí se complica. Aliás, é uma dica que eu dou para quem está começando: tocar na noite é um aprendizado fora do comum, pois você tem que tocar praticamente de tudo! De Valadares fui para Santo Antônio do Grama, convidado para comandar a Corporação Musical Nelson Borges. Como eu queria ficar por perto da minha noiva, que era de Raul Soares, aceitei na hora. Fiquei no comando da Banda com 35 músicos por uns 10 anos. Como a noiva veio a falecer, e eu queria estar mais perto de PN, fui para Urucânia e formei uma banda, mas as coisas não saíram como planejado. Voltei para Ponte Nova, onde tenho meus investimentos e continuo tocando nas recepções e na noite, como você viu lá no Império.” Sobre o prazer de tocar o artista resumiu: “Uma noite que me dá prazer, sem ser saudosista, temque ter música romântica, bolero, samba-canção, tango, balada… O público mudou muito! No baile do Império, você viu que tivemos dois momentos: um mais romântico e um outro mais animado. Lá se vão mais de 40 anos, ainda aguento carregar asanfona de 13 quilos e não estou pedindo o banquinho para sentar, mas é um chão   considerável! Temos muito a passar para quem está começando. Quero continuar tocando aqui por perto, como no Baile da Maior Idade, aonde vão pessoas que gostam de samba-canção, bolero, som romântico e também de som mais animado. É uma mistura de todas as idades: que todos continuem a frequentar apenas para se divertir!”

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